
Vincent Van Gogh, Cavalo (1886)
só me resta defender o que acredito
morder o cabresto e seguir arredio
sabendo que a senda que sigo é descaminho
mas passo largo ao pasto que abomino
olho minhas mãos e o que mais me atormenta
é o tempo que me escapa a areia movediça
o vinco da pegada e o deserto que nunca termina
eu fui criança e em meus sonhos ainda sou menino
mas o tempo presente é um escafandro de vidro
me sufoca o escuro esta ausência de cor este frio
eu sou velho eu sou lembrança é o meu destino
Anúncios